Legion - Um novo tipo de série de heróis
7:14 PM
Primeiro limpe sua mente por completo de todas as coisas que você já viu como "séries de heróis" e agora sente-se num lugar confortável e abra sua cabeça para um arrebatamento direto para o cérebro do mutante mais poderoso do mundo!
Legion é regida por Noah Hawley e sua equipe majestosa/genial que nos deu como resultado uma das melhores series de super-heróis de todos os tempos, e eu lhe explico o porquê: Legion não é SÓ sobre um mundo de heróis, Legion é quase uma introdução a mente de alguém completamente confuso e sem controle, onde você fica angustiado e com medo e estressado e explosivo junto com o personagem que é, nada mais nada menos, que o mutante mais poderoso do mundo. Mostrando um jeito completamente novo e excitante de se contar a história de uma HQ, um ângulo diferente e espetacularmente bem-posto nos é apresentado, contando com imagens extremamente bem centralizadas, jogos de cores e uma viagem para dentro do universo da trama.
Ele está contando a verdade, segundo sua percepção
A série é do mesmo universo dos X-Men e de maneira fascinante ela se mantem independente e concentrada em seu enredo, sem referências exageradas aos mutantes ou até mesmo ao Xavier, levando em conta que ela conta a história de seu filho, o que me deixou bem contente por que eu queria ver David em ação e não mais uma série de citações de outras séries ou filmes.
David (Dan Stevens) é um rapaz que foi criado a vida inteira acreditando que era esquizofrênico, quando na verdade ele é dono de uma mente extremamente poderosa; olhando pelas HQs e até mesmo o desenho dos X-men onde ele faz uma aparição, nós sabemos que ele tem muitos poderes: ele voa, ele move coisas, ele teletransporta, ele é o cara, mas se ele não sabe disso ou muito menos como controlar isso e foi mantido como um prisioneiro da sua própria mente durante toda a vida, como podemos então mostrar a ele o caminho certo? É isso que a série trata e é isso que te deixa MALUCO, a cada descoberta e a cada resposta nós recebemos mais 3 perguntas de brinde e você termina todos os episódios sem saber o que fazer, exatamente como o David se sente, o que é uma jogada de gênio no quesito empatia entre telespectador e trama.
Quem nos ensina a sermos normais quando somos únicos?
Mas vamos por partes, personagens: cada um tem sua própria história e segredos por trás do seu dom, que se entrelaçam e ligam-se ao mundo bagunçado de David. Rachel Keller da vida a mocinha apaixonada da vez: Syd Barrett, que entra na vida do nosso mutante em ascensão bagunçando todo o equilíbrio e rotina que o monstro que vive dentro dele e sua consciência confusa tinham “Não dê uma bazuca a uma novata e fique surpreendido quando ela explode com tudo”, ela é dona de um poder muito legal que já vimos antes porém de um jeito diferente, pense nela como uma Vampira só que: em vez de pegar as memórias, ela assume o corpo da pessoa (ou quase isso). Temos também Katie Aselton, Jeremie Harris, Jean Smart e Bill Irwin como personagens secundários extremamente significativos e marcantes na trajetória de descobrimento pessoal de David.
Olhem para vocês, vocês são deuses, e um dia vão acordar e entender que não precisam mais nos ouvir
E os vilões? Ah, os vilões ❤, extremamente bem construídos! Eles guiam a série e são tão importantes quanto o próprio David pois são quase a mesma pessoa (digamos assim), nossa Aubrey Plaza vive Lenny Busker, que é sem dúvida uma vilã impactante e difícil de decifrar, a atriz e o papel casaram de maneira excepcional e cativante dando lugar a sequências de cenas entre ela e David completamente alucinantes.
E completando o triangulo, contamos com um conhecido das HQs: Shadow King, que é macabro e insano, ele mexe com a sanidade de David de uma forma tão profunda que você fica angustiado a cada vez que ele ameaça dar as caras.
Produzia pela FX com o dedinho da Marvel ela é uma série com potencial a qual Patrick Stewart confirmou que vai fazer parte do elenco nessa temporada que esta para chegar. Adoraria ver mais desse tipo de gravação nas séries de hoje, temos um jogo de cores muito presente, tudo ali é num tom meio pastel sempre no azul e vermelho, ajudando a criar um ambiente muitas vezes alucinógeno porém prazeroso de assistir. A trilha sonora é bem marcante e orquestra todos os episódios deixando-os mais tensos e mais impactantes, na verdade a trilha sonora é bem parecida com a de Stranger Things e a série em si se passa entre os anos 80/90, não sabemos ao certo.
Com apenas uma temporada e contando com 8 episódios a série chegou as telinhas em fevereiro deste ano e conquistou logo de cara, é possivel assisti-la em apenas um dia e com isso sofrer da angustia de ter que esperar até 2018 para a segunda temporada que felizmente já foi confirmada ❤. Se você está à procura de algo para passar a noite maratonando, vai fundo em Legion e tente não surtar.
0 comentários